Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Universidade Independente de Angola apresentou os primeiros licenciados

A Universidade Independente de Angola (UNIA) colocou, a semana passada, no mercado de trabalho, os primeiros licenciados, no total, 65, todos em Ciências da Comunicação. Fernando Sardinha, um dos licenciados em Ciências da Comunicação, lembrou que foram “cinco anos de sacrifício”, mas que “valeram a pena por ter atingido a meta”. O curso permitiu-lhe adquirir as “ferramentas necessárias para a apaixonante profissão que é o jornalismo”. Fernando Sardinha frisou que, ao longo formação, recebeu “outras ferramentas em várias áreas”, quer em teoria da comunicação, quer em técnicas e tecnologia da comunicação, além de conteúdos relacionadas com a “capacidade do jornalista argumentar, apresentar a informação e, acima de tudo, ser coerente”. Fez o curso porque se apaixonou, ainda em criança, pelo jornalismo, mas não pretende exercer a profissão. Quer seguir a carreira docente. Will Tonet também acabou o curso. O seu rosto transbordava alegria e pode ser visto como um exemplo. Anda em cadeira de rodas. Nem isso o impediu de obter o diploma. Agora, quer fazer o mestrado em Ciências da Comunicação. João Fragoso, outro dos que acabou o curso, disse que o curso foi difícil devido, sobretudo, para aqueles que viviam à custa dos pais. Também a “rigorosidade da Universidade em relação ao pagamento mensal das propinas”, 250 dólares, e a quase ausência de bibliografia constituíram dificuldade a vencer. “Para mim, a formação em Ciências da Comunicação é mais um reforço do ponto de vista técnico e científico, para aquilo que é a minha actividade, já que trabalho numa instituição do Estado, na área de comunicação”, afirmou João Fragoso. Edilson da Silva, brasileiro, é docente do curso de Ciências da Comunicação na Universidade Independente de Angola. “Ficamos muito contentes, quando ouvimos os nossos alunos dizer que o curso contribui para o desempenho que têm no trabalho, quer seja na área da assessoria, quer na redacção de um órgão de comunicação”, disse. Os formandos perceberam que jornalismo, disse, não é algo que se faz com empirismo, apenas com experiência do quotidiano, mas que exige, também, a passagem pela academia, para exercer a profissão como deve ser. O jornalismo praticado em Angola tende a melhorar porque, à medida que as universidades forem colocando novos profissionais no mercado, o seu nível há-de aumentar, referiu. Jornalismo vai melhorar O jornalista e professor Isaac Neney reconheceu que os “65 finalistas ainda não são perfeitos porque os conhecimentos adquiridos obedecem a uma cadeia progressiva”, Isaac Neney assegurou ao Jornal de Angola que a UNIA tem os melhores professores, a nível do curso superior, de comunicação social, seleccionados a partir de Cuba, Portugal, Brasil, do mundo Árabe e de Angola. Isaac Neney, formado em Cuba, em comunicação social, disse que o “jornalismo angolano está a progredir, mas ainda persiste o problema da auto censura”. O docente declarou que “há, ainda, bastantes interferências de políticos no exercício do jornalismo”. Adérito Kizunda, também professor, afirmou que o “jornalismo angolano está a caminhar para um estádio, com cada vez mais profissionais com domínio científico no exercício da profissão”. O também jornalista do Jornal de Angola, referiu que, “doravante, algumas falhas que ainda se verificam na produção jornalística” vão ter “menos razão de existir, na medida em que, na universidade, pelo padrão e pela grelha curricular, os alunos conseguem receber instrumentos que lhes permitem interagir com todas as áreas do meio envolvente”. Kizunda aconselhou os “veteranos do jornalismo angolano a não perpetuarem o sentimento” de que a profissão “é algo que tem de ser, necessariamente, feita com base no empirismo”. “ O jornalismo é uma ciência, o exercício de jornalismo é uma profissão de extrema responsabilidade”, frisou. Se não houver uma opinião pública informada por pessoas que têm capacidade de interagir com todo o meio envolvente, disse, então a sociedade pode estar na presença de um fenómeno que, eventualmente, vai fazer perigar o fundamento do processo democrático. O decano interino da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Independente de Angola, Sónia Barreto, disse que o plano curricular do curso está articulado com a realidade do país e que os novos licenciados estão aptos a entrar no mercado de trabalho. O reitor da Universidade Independente de Angola, Carlos Burity da Silva, pediu aos novos diplomados que não se iludam, pois têm, ainda, ainda “muitas metas a atingir e muito trabalho pela frente até serem profissionais”. A Ciência da Comunicação não se esgota em duas linhas, não se vive sem ela porque engenheiros, advogados, políticos ou economistas virão ao vosso encontro, pois não podem fazer o seu trabalho sem comunicar, sem partilhar, persuadir ou argumentar, lembrou.

Sem comentários:

Enviar um comentário